Sunday, July 22, 2007

NOVIDADE

UM NOVO SITE

Os meus caríssimos leitores são convidados a visitar o meu novo site:

PORTOLANI REDUX

Este site será dedicado exclusivamente a assuntos relacionados com o
que na anglosfera se chama 'Gender Studies', e assuntos relacionados como
a legislação sobre o aborto, o casamento, a adopção e a família. Os textos
são inspirados por uma óptica estritamente liberal e sociológica, sem recurso à argumentação religiosa. Numa sociedade pluralista é ainda mais importante distinguir entre o científico e o sagrado. Presume-se sempre que todas as pessoas instruidas serão sensíveis a argumentos científicos. Onde existe uma pluralidade de confissões, ou nenhuma, torna-se difícil argumentar num espaço aberto sem bases comuns. Quanto aos leitores católicos, aconselha-se a leitura dos textos do Papa Bento XVI sobre a necessidade de distinguir o científico do divino. Os comentaristas, evidentemente, estão inteiramente livres a esse respeito. Se eles quizerem empregar argumentos religiosos, não haverá da minha parte qualquer oposição tipo jacobino.

Agradeço a todos os comentaristas que mostraram interesse pelos meus textos. Aos outros só posso desejar ainda mais divertimento com a leitura de PORTOLANI REDUX.

Thursday, July 19, 2007

UM TSUNAMI LEVA SEMPRE LIXO À COSTA


Imaturidade e provincianismo

Depois de avisada por vários amigos da tal explosiva situação na blogosfera, resolvi ontem à noite pesquisar, pela primeira vez, o meu nome na máquina de procura do Google. Fiquei deveras impressionada. Primeiro, pela inesperada e gratuita publicidade aos meus blogues, favor que agradeço. Segundo pela singular imaturidade de muitos intervenientes no tal ‘caso explosivo’. Terceiro pelo marcado provincianismo manifestado. Então ficaram surpresos que uma pessoa da minha idade soubesse lidar com ‘a moderna tecnologia’? Não duvido que a informática seja uma novidade para essa gente. Mas é um bocadinho demais não saberem que já nos anos 70 havia aulas de Introdução à Informática nas escolas secundárias inglesas. Realmente não percebem que Portugal é um país ainda bastante atrasado. Se calhar pensam que foram os portugueses que inventaram o computador! Para a informação dessa gentinha, eu fui um dos professores dessas aulas. A única razão de aparecer tão tarde (2006) na blogosfera foi a falta da banda larga na zona da minha residência (outro atraso nacional!)

Os jovens, menos instruídos, sempre pensam que foram os primeiros a descobrir o mundo. Como o ensino da Aritmética e também da História é tão deficiente nos nossos dias, talvez fosse relevante recordar-lhes que os meus mais de 60 anos de vida adulta, representam mais 60 do que tem hoje uma pessoa com vinte anos; e três vezes mais do que têm de vida adulta uma pessoa com quarenta. Proporcionalmente mais, também, de livros lidos, de filmes vistos, de música ouvida e de pessoas conhecidas, etc. Portanto, era bom não tentarem ‘ensinar rezar o padre-nosso ao vigário’ ou, como dizem grosseiramente os americanos: ‘Don’t try to teach your grandmother to suck eggs!’

Para os idosos que viveram cortados do mundo real e da ‘seamy side of life’ talvez os anos não contam em matéria de experiência. Não foi o meu caso. Com 19 anos, como instrutora de recrutas na tropa inglesa, tive que examinar, por semana, quarenta cabeças e corpos para detectar as anoplura (pediculus humanus capitis phthirus pubis e pediculus humanus humanus, ) assim como possíveis sinais de doenças.

Os britânicos chamados ao serviço militar, nesses anos de guerra e de bombardeamentos, muitas vezes vinham de uma vida civil passada nos abrigos antiaéreos. Tal foi a destruição em Londres que centenas de milhares viviam nas estações do metro, situação que durou até alguns anos depois de acabar a guerra.

Essa vida de promiscuidade e falta de higiene teve as suas consequências: mais de 50 por cento das raparigas que chegavam da vida civil aos quartéis estavam infestadas com os diversos tipos de piolhos. Com os jovens homens britânicos ausentes e a passagem pela Grã-Bretanha de quatro milhões de americanos e canadianos, também jovens e longe das suas terras, era uma primeira necessidade informar a população dos problemas sanitários e os riscos dos contactos sexuais promíscuos. Assim, com essa tenra idade eu tive que frequentar cursos na matéria e transmitir os meus conhecimentos às recrutas.

Conto estes pormenores do meu currículo para elucidar esses idiotas e malcriados que pensavam chocar uma qualquer senhora dondoca com as grosserias de costume. O propósito não foi atingido. Linguagem ordinária não é o monopólio dos portugueses. E as gargalhadas porcinas de adolescentes imbecis também encontrei em outras paragens.

Uma nota especial para as senhoras com gostos exóticos que também se manifestaram na recente polémica: naturalmente havia também dessas na tropa feminina e eu, pela forçada convivência com elas, aprendi a ter alguma pena da sua deficiência. Isto é, pena, enquanto não tentassem aliciar as mais desprotegidas.






Monday, July 16, 2007



AYAAN A GRANDE LUTADORA

Ayaan Hirsi Ali, autora de Infidel, Free Press, New York, 2007

Ayaan, filha de Hirsi que era filho de Magan: ainda em criança sabia recitar os nomes dos oito séculos de antepassados da linha paterna. Se não memorizava a bem, então era a mal e sempre às mãos da implacável avó. Lembra o Livro de Génesis e o recital dos descendentes dos patriarcas. Quando Ayaan conta a história da sua infância em Mogadishu na Somália e mais tarde na Arábia Saudita, na Etiópia e no Quénia, somos transportados para a época bíblica onde a tribo e o clã estão omnipresentes e a vida individual não conta. Apesar de haver camiões e carros, telefones e rádios, é um mundo muito distante do nosso.


É um mundo onde a mulher é totalmente subordinada ao homem; onde a sua virgindade é garantida com a faca através da mutilação genital em criança; onde é obrigada a casar com um homem escolhido pelo pai; onde uma palavra ou um olhar trocado com um homem que não seja pai ou irmão, pode trazer a pena de morte. Um mundo onde a mulher violada é castigada e não o violador. Um mundo onde as mulheres, desde uma tenra idade, terão que tapar o rosto e o resto do corpo, para não provocar os (aparentemente) incontroláveis apetites dos homens. Um mundo em que aprender os dogmas do Islão consiste em decorar o Alcorão em Árabe, muitas vezes sem conhecer essa língua.

Um mundo em que uma das doutrinas decoradas é do direito do marido de bater na mulher. Foi esse o mundo em que Ayaan cresceu. Ela conta tudo, com uma candura quase compulsiva, não omitindo nada. Conta os horrores, mas também as benesses, Lembra-se da tirania da família e do clã, mas também da solidariedade e generosidade deles em tempos difíceis. Fala da ternura dentro da família, ternura que, apesar, da crueldade, também existia.

Fala, sobretudo do pai que adorava, e que relativamente ao obscurantismo generalizado na Somália, era um homem moderno e esclarecido, e que queria que a filha tivesse acesso ao ensino. Ele não concordava com a mutilação genital das raparigas mas a avó, na ausência dele, obrigou a mãe a cumprir com a tradição.



Ler o artigo todo em Portolani Special

Friday, July 06, 2007

LICÕES DE UMA ‘POLÉMICA’- 2

A maior parte já conhecia, mas é sempre útil relembrar:

  1. Que há dois temas que excitam de sobremaneira a blogosfera portuguesa: Salazar e Sexo. Talvez seja porque as duas palavras começam com ‘S’, facto que causa frissons quase insuportáveis nas almas mais sensíveis.
  1. Que Educação Sexual é igual à perseguição e que os jovens devem ser protegidos desse tormento.
  1. Que tentar analisar os comportamentos do lobi ‘Gay’ é uma actuação fascista porque igual a reivindicar a sua criminalização.
  1. Que tentar analisar o salazarismo é igualmente uma actividade fascista. Não ficou claro se o antigo regime e o lobi ‘Gay’ são equiparáveis, mas há quem pensa que o lobi ‘gay’ e/ou a oposição à ele, são na realidade conspirações para restaurar o Estado Novo.
  1. Que há raças multi-colores, a vasta gama estendendo-se do preto ao branco. Essa raça chama-se o Islão e esta crença encontra-se muito espalhada entre os neocomunistas.
  1. Que criticar os islamistas é, portanto, uma atitude racista.
  1. Que a maioria dos adeptos do lobi ‘gay’ exibe uma extrema pudicícia, exceptuando, naturalmente, os que sofrem da doença de Tourette.
  1. Que só gente religiosa fala com indecente franqueza de certas actividades sexuais.
  1. Que resistir ao universo orweliano do ‘politicamente correcto’ e ‘Newspeak’é sinal certo de pertencer à Extrema-direita.
  2. Que é o ‘multi-sexual’ o que está a dar.

Wednesday, July 04, 2007

LIÇÕES DE UMA POLÉMICA

O que eu aprendi com os meus críticos

Pode-se perguntar se ‘polémica’ é a palavra exacta para designar o que se passou recentemente em O Insurgente e outros blogues quanto às minhas observações sobre saúde e sexo. Disse que não ia voltar a falar no assunto--- e não vou. Vou falar das reacções aos meus textos. Foram várias e, evidentemente, a maioria hostil. Sabendo que por cada comentarista existem mais de uma centena de leitores que não expressaram a sua posição, a hostilidade de uma pequena minoria não me surpreendeu, nem me impressionou.

De todas as reacções, a que mais me perturbou foi a das pessoas que disseram admirar a minha coragem. Agradeço e aprecio a admiração mas tenho que afirmar que não a mereço. Não senti coragem nenhuma. Só quem têm medo precisa de coragem. Agora o que acho perturbador é que há quem pensa que é preciso coragem para tocar em certos assuntos. É a total confirmação que existem poderosos tabus na nossa sociedade. Foi a mesma coisa com a questão de Salazar e o Estado Novo. Também com o fascismo islâmico. Nos tempos recentes estou constantemente a ser congratulada pela coragem. Não percebem o que isto quer dizer? Significa que existe muita gente já contagiada pela doença do ‘politicamente correcto’ e do ‘newspeak’. E esta doença, ao meu ver, é ainda mais grave do que as venéreas. Porque afecta toda uma sociedade.

Entre os hostis confirmou-se a existência em maior ou menor grau de outras doenças tanbém: nomeadamente tendências para a coprofilia, a coprolalia e a doença de Tourette. Nada disso me surpreendeu nem me preocupou. Problemas deles.

Ao nível político-social, porém, foi aflitivo notar o jacobinismo estridente e primitivo de muitos comentaristas. Queriam a todo o custo e sem qualquer evidência, que as minhas opiniões derivassem de posições morais ou religiosas. Como se isso fosse uma desqualificação. Como se moral e religião fossem palavras pejorativas. Como eu tinha que ser desqualificada inventaram culpas que não existem. Em vez de provar que as práticas citadas não provocam doenças, foram efectivamente os críticos que procuraram argumentos moralistas, reivindicando a bondade das suas praticas. Eu podia ter invocado a velha máxima inglesa de que ‘Cleanliness is next to godliness’. Não o fiz. Mas os meus críticos insistiram que o tinha feito. Faltando outros argumentos, sentiram a necessidade de erigir homens de palha. Outro homem de palha foi a acusação que eu reivindicava medidas coercivas contra os ‘gays’, que não é verdade. Outros alegaram que eu censurava comentários, que também não é verdade. Outros que eu me armava em vítima. Vítima de quê? Dos seus ousados e poderosos ataques? Qual o valor de argumentos baseados em patentes falsidades?

Ora bem, e para concluir, eu acho extremamente positivo que não haja censura, que as manifestações de ‘gay pride’ sejam toleradas, que os exibicionistas se assumem. O público precisa de conhecer a fealdade dos activistas gay em toda a sua crueza.

Oscar Wilde disse: ‘Quero lá saber o que as pessoas fazem em casa: o que não quero é que venham fazer para a rua e assustar os cavalos’. E o grande dramaturgo, como sabemos, era gay em todos os sentidos da palavra. A diferença entre Wilde e os seus epígonos é que ele era um homem educado.

Com o desaparecimento dos cavalos das nossas ruas, esse perigo já não existe. O que me preocupa a mim é a agenda política do ‘gay lobby’ e a sua declarada determinação de influenciar as crianças. Também me preocupa que, devido à sua política de ‘outing’, o ‘lobi gay’ exerce chantagem ao seu favor junto de políticos e personalidades influentes. Devido à aliança entre a extrema-esquerda e o lobi é óbvio que esta prática subverte a democracia e tem que ser combatida e desmascarada. É uma prática que foi muito usada pelos comunistas, tanto na URSS como fora dela. O que não precisamos agora é que haja novos praticantes da mesma infâmia. Quanto mais estas pessoas revelarem as suas verdadeiras características e propósitos, melhor para todos nós.